Pela primeira vez na atual quadra invernosa, as chuvas no sertão do Rio Grande do Norte, que começaram a cair no meio da tarde de ontem, foram predominantemente provocadas pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema indutor de “precipitações pluviométricas” no Semiárido nordestino.
Isso foi possível pela regressão de El Niño no oceano Pacífico. As imagens de satélites mostravam condições propícias a chuvas de média e forte intensidades em toda a região do Seridó, na Central e em parte do Agreste.
“Existe um sistema favorável à ocorrência de chuvas no interior do Rio Grande do Norte de agora até o dia 10 de abril”, disse o gerente de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn), Gilmar Bristot..
Para Bristot, a continuar o resfriamento das água da superfície do Pacífico, existem boas possibilidades de ocorrência de chuvas com mais frequência até o final de maio, quando termina o inverno no sertão nordestino.
Ele lembrou que do ponto de vista das reservas hídricas, a situação tende a melhorar a partir de agora. “No cristalino existe pouca infiltração e a água corre para os reservatórios com mais facilidade”. Sobre a atividade agrícola, destacou que ainda haverá dois meses de chuva no Semiárido, o que poderia favorecer o plantio de culturas de ciclo rápido, como feijão e sorgo e, talvez, o milho cruzeta, cujo ciclo é de três meses. As chuvas devem garantir o pasto para o gado.
Nova medição feita ontem pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos, mostrava que a barragem Armando Ribeiro Gonçalves recebeu 29,3 milhões de metros cúbicos de água, passando de 475,4 milhões no dia 23 de março, para 504,7 milhões nesta terça-feira (29), equivalente a 36% da capacidade do Açude Itans, em Caicó. A medição feita ontem apontava o Itans em volume morto, com apenas 1,58% ou 1,2 milhões de metros cúbicos.
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