Devido a tantos casos de corrupção que estão aparecendo nos últimos anos poderia parecer, para muitos de nós, que toda a população brasileira esteja P. da vida com nossos políticos. Correto? Pois é. Mas não é bem isto o que acontece.
De fato, se você sair conversando com as pessoas na rua, sem dúvida alguma você encontrará alguns que dirão que está tudo bem, que a corrupção é coisa que acontece mesmo, algo normal, etc. Isto sem falar daqueles que dirão que “tem gente se preocupando demais com coisa boba”. Como se nosso dinheiro sendo roubado fosse algo bobo.
Como exemplo disto, posso citar o twittaço #FarsaDoMensalão, que ocorreu no dia 10 de abril de 2012. Quer dizer, dinheiro foi desviado (e a origem do dinheiro ainda nem está totalmente clara), distribuído para compra de votos no Congresso Federal, etc. e, agora, querem perdoar tudo isto, esquecer, como se “nada tivesse ocorrido”. E, entenda: para mim não importa quem começou ou quem terminou com este tipo de esquema, importa quem esteve envolvido com ele, pois estes são bandidos e jamais deveriam voltar a ser eleitos. E, óbvio, devem ser condenados na justiça.
“Mas estes devem ser aqueles que se beneficiam do roubo de alguma forma, ou recebem algum benefício do governo” você deve estar pensando. Correto? Bem… Também não é bem assim. São poucos os que recebem algum benefício do governo, os que realmente se beneficiam de alguma forma do roubo são menos ainda.
A verdade é que o brasileiro comum não vota em quem é mais honesto ou naquele que apresenta as melhores propostas de governo durante a campanha. Os que votam assim são poucos, normalmente os mais esclarecidos, educados (que têm mais estudo). O brasileiro comum vota, normalmente, por três motivos:
1. Por simpatizar com o político X ou Y, ou ainda por simpatizar com o partido X ou Y. E nisto entra até mesmo o símbolo do partido: pesa muito se o símbolo é uma estrelinha bonitinha, ou um passarinho fofinho.
2. Por ideologia. Neste ponto, dane-se a realidade, o que vale é a utopia, seja ela qual for.
3. Por revolta.
E o problema não é só da educação de nosso país, é também de consciência. Poucos de nosso povo, caso chegassem lá em cima, no poder, fariam algo muito diferente do que é feito hoje. Porque, para a maioria, é “foda-se o outro, quero saber do meu” (com o perdão da má palavra).
Quer dizer, o brasileiro comum não tem a consciência de que uma sociedade ruim não é problema só para os outros, mas também para si mesmo. E, veja, aqui não estou falando apenas dos mais pobres, mas também, e principalmente, dos mais ricos. Pois, na cabeça destes, basta construir um muro bem alto em torno de sua mansão, colocar cerca elétrica e sistema de vigilância, que estará tudo bem, mesmo a sociedade estando no caos.
Resumindo, nossa sociedade não tem estudo suficiente, temos uma maioria de desonestos (vide o famoso “jeitinho brasileiro”, de colocar uma nota de 20 reais dentro do documento do carro antes de entregá-lo ao policial, etc) nem consciência suficiente. Sendo assim, como poderíamos ter políticos diferentes disto?
Temos de nos lembrar que o povo de uma nação são todos: pobres, ricos, honestos e desonestos. O “povo” não é uma classe exclusiva, são todos. E isto inclui os políticos, afinal eles não são “alienígenas vindos do espaço sideral”, eles saem do próprio povo.
Uma demonstração disto é que, mesmo depois de todos os escândalos de corrupção no governo PTista, ele continuou. Lula se reelegeu mesmo depois do mensalão e, depois, ainda conseguiu eleger uma completa desconhecida à época como sua sucessora, Dilma Rousseff.
Enfim, o recado que tento passar nestas mal traçadas linhas de texto é que não adianta atacar apenas os sintomas (corrupção, falta de laicidade do estado, etc), se não atacarmos direto a doença em si. Temos de cortar o mal pela raiz, ou este país jamais será um país do presente continuará, sempre, sendo o “país do futuro”.
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