O Ministério Público deu detalhes sobre a operação Novos Rumos, deflagrada na
manhã desta terça-feira (29) e que prendeu 12 policiais militares por diversos
crimes praticados em Natal.
De acordo com os promotores, os policiais presos,
que pertencem ao 9º Batalhão, conseguiam vantagens indevidas através de extorsão
a traficantes e liberando bandidos presos em troca de dinheiro.
A operação foi fruto de desmembramento da operação Citronela, que desbaratou
quadrilha de traficantes que atuava em Natal. Em outubro do ano passado, quando
as investigações sobre o tráfico estavam em curso, os promotores identificaram a
atuação de policiais, na maioria dos casos, na zona Oeste de Natal, onde eles
praticavam crimes militares para conseguir dinheiro.
"Eles saíam para as
ruas já pensando quais seriam as ações para conseguirem dinheiro. Roubavam
telefones de criminosos, exigiam dinheiro para não prenderem e, quando prendiam
algum em flagrante, exigiam dinheiro para liberá-los", explicou o promotor
Sílvio Britto.
Segundo o MP, os policiais trabalhavam em equipe para
praticarem os crimes, deixando de cumprir com as obrigações da função. As ações
não tinham um valor "tabelado" para as cobranças durante as extorsões, mas
determinados traficantes costumeiramente pagavam aos policiais para que eles não
tivessem o comércio de drogas atrapalhado.
"Quando se lidavam com
traficantes de determinadas bocas de fumo, para não combater, eles recebiam o
dinheiro", disse a promotora Patrícia Nunes. "Não havia um valor fixo. Não havia
uma relação linear. É uma relação extensa, de negociação e que variava o valor pago pelos traficantes aos policiais", explicou o promotor Sílvio Britto.
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