O Ministério Público Federal afirma que as duas maiores empreiteiras do País, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, pagaram R$ 632 milhões em propinas para obter contratos bilionários na Petrobrás. Nesta sexta-feira, 24, a força-tarefa da Operação Lava Jato denunciou criminalmente os presidentes das construtoras - Marcelo Bahia Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo, ambos presos desde 19 de junho e outros 20 investigados, alguns ligados a eles, um funcionário da Petrobrás e operadores de propinas.
Os 22 são acusados de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Alguns acusados estão presos preventivamente desde o dia 19 de junho, quando foi deflagrada a 14ª fase da Operação Lava Jato - batizada Erga Omnes. Na denúncia da Andrade Gutierrez são 13 acusados, por 167 atos de corrupção, no total de R$ 243 milhões, e 62 atos de lavagem de dinheiro, envolvendo um montante de R$ 6,79 milhões e US$ 1 milhão.
Na denúncia da Odebrecht são 13 denunciados também, por 56 atos de corrupção, no total de R$ 389 milhões, e 136 atos de lavagem, no total de R$ 1 bilhão. São mais de R$ 7 bilhões buscados de ressarcimento. Quatro acusados - o ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa (Abastecimento), o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque - são citados nas duas denúncias.
No caso da Andrade Gutierrez, a denúncia envolve obras em oito unidades da Petrobrás, entre elas o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo, as obras no Cenpes (centro de pesquisa da estatal), no Rio e o Gasoduto Urucu-Manaus. São R$ 8,94 bilhões em obras. Já no caso Odebrecht, a denúncia envolve a construção do edifício sede da Petrobrás, em Vitória (ES), entre 2006 e 2014, o contrato da Braskem de compra de nafta da Petrobrás e os contratos em refinarias e no Comperj - dentro do esquema de cartel, denunciado inicialmente pela Lava Jato.Pelo esquema, PT, PMDB e PP fatiavam diretorias na estatal, por meio das quais arrecadavam de 1% a 3% nos contratos bilionários fechados com empreiteiras de um cartel. "Nos aproximamos da verdade por meio de provas e documentos", disse o procurador da República Deltan Dallagnol.
O procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou nesta sexta-feira, 24, durante oferecimento de denúncia contra a cúpula das duas maiores empreiteiras do País, Odebrecht e Andrade Gutierrez, que já foram recuperados R$ 870 milhões aos cofres públicos. Do total, R$ 385 milhões são objeto de repatriação. "A denúncia será analisada pelo juiz federal Sérgio Moro, que deve decidir até o início da próxima semana se abre ou não processo contra os acusados, que passariam a ser réus.
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