Já faz certo tempo que estamos presenciando a morte do rádio brasileiro com a possibilidade de cada um ter a sua própria “emissora” dentro do celular, torna-se cada vez mais inútil a existência deste importantíssimo veículo de comunicação de outrora.
A exceção está restrita às emissoras que ainda apostam na informação e na opinião no que se refere aos fatos e notícias, e também àquelas que mantêm programas destinados a nichos específicos. No geral, estamos sendo testemunhas impotentes do assassinato das rádios por parte dos líderes religiosos do Brasil.
É simplesmente uma vergonha ver que toda está turma está gastando centenas de milhões de dólares para comprar o maior número possível de emissoras de rádio espalhadas pelos quatro cantos do País.
O mais incrível é que as autoridades que teoricamente seriam responsáveis pela administração do setor simplesmente cruzam os braços e nada fazem para conter esta senha religiosa, que não conhecem regras na hora de ocupar o dial.
Tal postura inaceitável e cúmplice só encontra explicação na óbvia constatação de que impedir isto vai contrariar os interesses políticos de muita gente mais preocupada em arrecadar votos nas próximas eleições.
Fiquei triste ao constatar que alguns dos principais líderes religiosos brasileiros simplesmente se tornaram proprietários ou arrendatários de quase todas as emissoras AM do maior Estado da Federação, São Paulo e se isto aconteceu lá, certamente acontece em maiores, ou menores proporções em todas as cidades brasileiras.
O estrago proporcionado por estas “seitas” que nada tem a ver com liberdade religiosa vem causando estragos inimagináveis, não apenas na demissão de milhares de profissionais, substituídos por integrantes destas “igrejas”, mas principalmente na disseminação de cultura para quem tanto precisa, que é justamente o povaréu que acaba financiando esta aberração na forma de “dízimos”, “contribuições”, “correntes dos 732 pastores”, “vendas de óleos sagrados do rio Nabucodonosor” ou qualquer outro nome que se dê a este tipo de pilantragem.
Dane-se a postura “politicamente correta”. Estou cansado de aturar tudo isto e ver que ninguém se posiciona com firmeza a respeito disto. Recuso-me a ser cúmplice deste “estranho silêncio”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário