Apesar de a Presidência da República ser ocupada há 20 anos por PSDB e PT, o Senado Federal sempre foi dominado por outras duas legendas, o PMDB e o DEM (ex-PFL).
A Casa é presidida por caciques de ambos os partidos desde 1985, quando o Brasil voltou ao regime democrático. O PMDB comandou a casa por 25 anos. O DEM, por 4 anos.
A exceção é um breve período de 2 meses em que o petista Tião Viana presidiu o Senado. Ele não foi eleito para o cargo –era vice-presidente e assumiu após pedido de licença de Renan Calheiros (PMDB-AL), então sob acusações de quebra de decoro e intensa pressão popular.
Em 8 das 16 eleições para presidente do Senado, o candidato foi escolhido por consenso. Nas demais, houve disputa. O senador que chegou mais perto de desbancar o PMDB foi Tião Viana, em 2009, quando obteve 32 votos contra 49 de José Sarney (PMDB-AP).
Abaixo, o nome de todos os presidentes do Senado e os partidos derrotados em disputas pela Presidência:
A força dos peemedebistas no Senado explica-se em parte pela capilaridade da legenda nos rincões do país e a influência regional de seus caciques. Sempre próximo do presidente da República, não importa o seu partido, o PMDB pode ser entendido como uma arca de Noé disposta a receber políticos de diferentes matizes ideológicos. Contribui também o embalo que o PMDB aproveitou do antigo MDB nos primeiros anos após o regime militar.
PMDB DIVIDIDO
Neste ano, o presidente eleito será novamente um peemedebista: ou o próprio Renan Calheiros (PMDB-AL), que busca a reeleição, ou Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), que tenta se viabilizar com o apoio da oposição. Renan irá constranger até o último momento Luiz Henrique para que ele abandone sua candidatura.
O regimento do Senado não veda que a maior bancada tenha mais de 1 candidato a presidente, mas é incomum que isso ocorra. Há apenas 1 registro de eleição com 2 candidatos do PMDB. Em 1987, Humberto Lucena foi eleito com 67 votos, apoiado pela bancada. O também peemedebista Nelson Carneiro recebeu 1 voto.
Ambos haviam disputado a indicação dentro da bancada e Lucena foi o escolhido. No dia da votação, Carneiro fez questão de mostrar aos fotógrafos que ele próprio votara no seu adversário. O regimento à época era outro e os Anais do Senado não deixam claro se era necessário que os candidatos registrassem sua candidatura para serem votados.
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