O deputado Eduardo Cunha, aquele da ex-Telerj, formalizou sua candidatura ao terceiro mais importante cargo da República.A presidência da Câmara de Deputados só perde para a presidência da República e a vice.
Cunha promete agradinhos aos colegas. Diz que quer revalorizar a tão vilipendiada categoria. Que vai buscar autonomia em relação ao Executivo. E blá-blá-blá.
É o elogio explícito do fisiologismo e do clientelismo, embora Cunha disfarce o trololó como se encarnasse um Ruy Barbosa, citasse um Winston Churchill. É de rolar de rir mas vai acabar em choradeira.
É bom lembrar a molecagem que a Câmara fez em 2005 ao eleger para a presidência da Câmara o folclórico Severino Cavalcanti. Severo era o candidato do chamado Baixo Clero, sem aparentes chances de vitória contra o favorito Luís Eduardo Greenhalgh, candidato do PT.
A oposição e os arruaceiros de sempre decidiram dar um susto no governo Lula, usando nos bastidores articuladores surpreendentes, inclusive o ex-presidente Fernando Henrique, já curtindo sua dor de cotovelo pelo sucesso de seu sucessor.
A mídia hegêmonica também adorou a travessura e Severo Cavalcanti acabou sendo eleito. Tipo da piada que perde a graça no dia seguinte. Seis meses depois, os mesmos baderneiros que elegeram Severino Cavalcanti se uniram para derrubá-lo, a pretexto de uns caraminguás que ele teria recebido do concessionário do restaurante da Câmara.
Um dos mais enfáticos nas denúncias foi o deputado Fernando Gabeira, que ironicamente tinha sido um entusiástico militante da conspiração pró-Severino. Mereceu o Troféu Hipocrisia de 2005. A Câmara parece estar vivendo de novo o tempo dos incendiários. A eleição de Eduardo Cunha é como riscar um fósforo perto da lona do circo.
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