Vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, o advogado Michel Temer tenta conter uma rebelião na legenda, em marcha desde a vitória da presidenta Dilma, no último domingo.
Temer convocou uma reunião com o conselho político do partido para a próxima quarta-feira, no Palácio do Jaburu, para minar a candidatura à presidência da Câmara do líder do partido, Eduardo Cunha (RJ), ligado aos setores mais retrógrados do partido.
Foram convocados senadores, governadores e deputados federais eleitos com o objetivo de cumprir um acordo no qual a Presidência do Senado permanece com o PMDB e a da Câmara, com o PT, seguindo a tradição de que o comando deve ser dado ao partido com a maior bancada. A missão é difícil. No início da semana, deputados federais da bancada peemedebista se uniram em torno do líder Eduardo Cunha para, na prática, impor a candidatura dele à Presidência da Casa. Negociar, porém, é possível, uma vez que estes parlamentares são os principais interessados na manutenção de cargos e regalias no governo. Há, porém, algumas mágoas a reparar.
A falta de apoio do PT ao PMDB na disputa eleitoral em alguns Estados causou estragos no maior partido da base aliada e este fator agora se reflete nos resultados do plenário da Câmara dos Deputados, com a demonstração de força do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que infligiu uma derrota ao governo, na terça-feira, e ameaça colocar em votação matérias que terão impacto direto nas contas da presidenta Dilma Rousseff.
Para semana que vem, está prevista a votação do orçamento impositivo, projeto que obriga o Executivo a repassar o dinheiro das emendas parlamentares que forem aprovadas pelo Congresso no orçamento anual do governo. Hoje em dia, o governo não tem essa obrigação e segue o orçamento aprovado por deputados e senadores apenas como uma recomendação de gastos.
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