O PMDB correu primeiro e, ao que se vê, já está na oposição ao governo Dilma Rousseff. Ao menos a esse governo que vai completando o primeiro mandato e inicia um processo de reforma ministerial para a segunda gestão.
Sob a senha do 'diálogo', que, em tradução para o português claro, significa ter participação no ministério que a presidente prometeu anunciar até dezembro, o PMDB já age por cargos.
Foi por "falta de diálogo", na expressão do vice-líder do partido na Câmara, Lúcio Vieira Lima, que a sigla impôs a primeira derrota ao governo na arena parlamentar. Na terça-feira 28, aprovou-se a derrubada do decreto presidencial que cria os conselhos populares. Hoje, após o peemedebista Henrique Alves ter comandado a sessão na Câmara que arriou uma bandeira vistosa da administração Dilma, o presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou que já está empenhado em dar a mesma destinação ao assunto quando chegar à Casa.
legenda é a segunda maior da Câmara, atrás apenas do PT. O problema é que, se já foi difícil para o partido do governo lidar com os peemedebistas nos primeiros quatro anos de Dilma, agora vai ser mais difícil ainda. Enquanto o PT viu sua bancada diminuir em 18 cadeiras, o PMDB só perdeu cinco em relação à atual legislatura. Uma costura que una PSDB e PSB à candidatura de Cunha poderá ser feita sem grandes esforços.
Está tudo ajustado para que o governo perca, também no Senado, a votação sobre os conselhos populares. Palavra de Renan Calheiros. O plano do PMDB de Alves e Cunha está traçado na Câmara. Serão colocados em pauta projetos de emendas orçamentárias de diferentes parlamentares, no que promete ser um show de benefícios com dinheiro do Tesouro.- Nada que represente irresponsabilidade ou ameaça ao equilíbrio fiscal, completou Alves, dando indicações de que a mordida no Orçamento vai ser grande.
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