Páginas

26 de outubro de 2014

OS RECADOS DAS URNAS


Os recados das urnas são difusos e desenham uma diversidade que tem de tudo. Incluem aspectos contraditórios que merecem análises e debates, não apenas dos cientistas políticos com suas inestimáveis reflexões. Outros, também, partindo de seus lugares próprios e do direito à livre manifestação. Não é simples e fácil produzir uma síntese dessas mensagens. 

Até parece ser impossível tal empreitada. As razões que se entrelaçam, as irracionalidades, o desejo desarvorado de poder, contradições, motivações importantes, sonhos de melhorias, desenham aprendizados. É possível constatar, pelo menos, a lição de que para ser vitorioso é preciso se qualificar melhor, não andar de “salto alto” e respeitar o adversário e eleitorado.

Na política não é fácil fazer distinções, nem ter garantias de que o dito é sincero, fundamentado na verdade e com a única meta de melhorar a vida de todos, particularmente dos mais sofridos. Especificamente no que diz respeito à política partidária, salvaguardado o sentido de sua importância e o reconhecimento de sua necessidade, é preciso maior enraizamento da ética e de um mínimo de moralidade, para que sua tarefa seja cumprida. Sem esses fundamentos, torna-se difícil alcançar o que é sério e respeitoso para com o bem comum, reverente com a dignidade de cada pessoa. Continuam particularmente prejudicados aqueles que sofrem com tratamentos indignos e injustos, cidadãos ignorados por quem esbanja e usufrui, doentiamente, de benesses, privilégios justificados pela lógica da diferença.

É curioso perceber que, de um lado, há um movimento que pode ser interpretado como clamor por mudanças, que não devem ser adiadas e nem descansar no “berço esplêndido” das promessas. No entanto, apesar desse desejo, ao longo de décadas no RN foram reconduzidos ao poder grupos familiares que não representam inovação política e indicam apenas o caminho da repetição do que tem sido pouco proveitoso para o bem comum. Este ano, os eleitores do Rio Grande do Norte mostraram que os resultados das urnas revelaram um recado de que ainda sendo muito forte o poder do dinheiro não foi capaz de eleger quem não tem força própria para ser representante do povo.

É preciso reconhecer que o eleitorado pode fazer sua escolha considerando o nome que, para além da sigla partidária, tem credibilidade e competência. As análises das variadas mensagens das eleições são interessantes para o amadurecimento do cidadão, na indicação de rumos e metas para candidatos. Trata-se de exercício indispensável na corrida eleitoral de novo em curso, como investimento na escolha de caminhos capazes de conduzir a sociedade em novas direções.

Que o resultado das eleições do Rio Grande do Norte possa servir para uma reflexão dos chamados caciques da política. Até concordo com o deputado federal João Maia, que foi candidato a vice-governador, do candidato derrotado no Estado, deputado federal, Henrique Eduardo Alves, quando disse em seu Twitter: Foi feita a vontade do povo. Parabéns e que Deus ilumine os novos dirigentes do nosso Estado. Essa vontade popular foi demonstrada em do Estado, destaque aqui para Mossoró. No primeiro e no segundo. Lá, Robinson Faria (PSD) venceu as eleições no 1º turno com uma vantagem de 23.392 contra o adversário Henrique Eduardo Alves (PMDB).Agora a maioria de Robinson no 2º turno aumentou para 48.135 votos.

Em Caicó por exemplo, no primeiro a maioria de Henrique Alves, foi algo em torno de 500 votos, mesmo tendo um vice da região do Seridó, o deputado João Maia, que é de Jardim de Piranhas, onde sofreu uma grande derrota, o prefeito de Caicó,Roberto Germano ( PMDB), o deputado Álvaro Dias (PMDB), o presidente da Câmara Raimundo Inácio (Lobão PMDB) além deputado Vivaldo Costa,todos pedindo voto para Henrique. Para Vivaldo, ficou a lição; Arara não vota em Bacurau. Agora no segundo turno, Robinson conseguir superar os juntos e misturados e virou o jogo tendo uma maioria superior a 700 votos sobre Henrique.

Os políticos precisam entender que o mandato deles é dado pelo povo e não pelos partidos, pois eleitor não vota em partido, vota em candidato. Agora mais do que nunca os políticos terão de avaliar que eles precisam atuar com a participação do povo e não fazendo acordos e conchavos em gabinetes. Aprendam a lição.

É como disse João Maia, Foi feita a Vontade do Povo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário