O ex-presidente Lula não deu margens a qualquer apelo de 'volta, Lula' na entrevista de dez páginas que concedeu à revista Carta Capital que acaba de circular. Estampado na capa em paletó e gravata, ele fez, ao seu modo, uma profissão de fé na candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição. "Tenho muito orgulho dela", afirmou. "Essa mulher não é um poste, vai se eleger outra vez".
Sobre seu próprio futuro político, disse que voltar ao Palácio do Planalto não é sua prioridade, mas ocupou o espaço. "Se, em algum momento, tiver de voltar, posso (fazer isso) daqui a quatro anos". Mesmo em nova ressalva, retomou ao ponto inicial. "Estarei então com 72 e acho que tem de ser gente mais jovem, com mais vigor físico e capacidade de administração. Mas em política a gente não pode dizer que não, nem sim".
Lula apontou sua mira para os adversários de Dilma. O único poupado foi Eduardo Campos, mas sobrou para a vice dele, ex-ministra Marina Silva, e o presidenciável tucano Aécio Neves:
Conheço o Aécio, ele não tem a mesma firmeza ideológica do Eduardo, tem outro compromisso, é um representante mais afinado com a elite. Mas a Dilma é a mais preparada. Fico triste que não conseguimos construir algo capaz de manter o Eduardo Campos com a gente. Mas era o destino.
Mesmo elogiando a ex-ministra do Meio Ambiente "tenho muito carinho por ela" -, Lula provocou Marina Silva: De vez em quando, comete equívocos na análise política dela, meio messiânica. Imaginei-a candidata, e agora entra de vice. Não consigo entender a Marina.
MELHOR GANHAR EM SEGUNDO TURNO - O ex-presidente fez um raciocínio, no mínimo, original diante da pergunta sobre se Dilma ganhará a eleição em primeiro turno:
A ganhar no primeiro turno por 51% a 49% prefiro ganhar no segundo turno, com 65% a 35%. Reeleição é sempre difícil, mas no segundo turno você pode consolidar um processo de alianças com a coalisão e você é eleito com mais desenvoltura.
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