Tumulto e confusão marcaram o início da sessão solene na Câmara que relembra hoje (1º) os 50 anos do golpe militar de 1964. A decisão da presidência da Casa de limitar a 100 o número de convidados para acompanhar a sessão no plenário provocou debate entre alguns deputados e seguranças da Casa.
Depois da confusão, o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), reviu a medida e liberou a entrada ao plenário e também à galeria. De acordo com o secretário-geral da Mesa, Mozart Viana, a restrição foi tomada para evitar um confronto entre grupos a favor e contrários ao golpe de 1964.
Segundo Mozart, na semana passada, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) solicitou 200 convites e a deputada Luiz Erundina (PSB-SP), o mesmo número. Para evitar o confronto, ficou decidido que seriam distribuídos 100 convites para entrar no plenário, proporcionalmente ao tamanho das bancadas, e as galerias seriam fechadas.
O deputado Amaury Teixeira (PT-BA) criticou a medida. "Quando é homenagem aos militares não tem isso. Esse país precisa se libertar dessa história de louvação aos símbolos militares", disse o petista. "Nunca foi exigido isso [senha] para as uma sessão solene", acrescentou.
Durante o discurso da deputada Luiza Erundina, autora do requerimento para realização da solenidade, um grupo exibiu uma faixa parabenizando os militares pelo golpe. O ato provocou tumulto e os presentes, alguns que foram vítimas ou tiveram parentes torturados pelo regime, chamaram o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) de assassino. Antes de começar a solenidade, ele ofendeu uma jornalista que perguntou se, para ele, o golpe não existiu.
ESCRITO NA FAIXA : PARABENS MILITARES – 31/MARÇO/64, GRAÇAS A VOCÊS O BRASIL NÃO É CUBA
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