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6 de abril de 2014

RESERVATÓRIOS DO RN ATINGEM NÍVEIS PREOCUPANTES

Os reservatórios de águas do Estado alcançaram níveis alarmantes nos últimos anos. Além prolongada estiagem, a coordenadora de Gestão de Recursos Hídricos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Joana Darc Freire de Medeiros, destaca que o consumo do líquido está muito elevado. “Aumentou o número de pessoas, que também estão consumindo mais água”, coloca.

Em contrapartida, os especialistas refutam a influência do aquecimento global sobre o evento. Os dados pluviométricos do Estado, registrados desde 1811 é cíclico, segundo aponta Gilmar Bristot. “A cada dez, onze anos, acontece um período de seca de dois a três anos”, avalia. Eventos como El Niño também causam grande influência sobre a ocorrência de precipitações no Nordeste. O pesquisador atribui outra possível causa, que ainda está sendo estudada, para estas estiagens. “Nós avaliamos que a cada período em que surgem grandes manchas solares, as chuvas diminuem”, explica. Ainda não há comprovação sobre o fato, no entanto, os dados organizados em um gráfico coincidem.

Desertificação

Dos 12 mil quilômetros quadrados que compreendem a região Seridó do Rio Grande do Norte, 3 mil (ou 25%) estão em processo de desertificação. Ao todo, 95% do RN é susceptível a este processo, de acordo com o agrônomo José Procópio de Lucena, que faz parte da Comissão Nacional de Combate à Desertificação.


O motivo, segundo comenta, não é o aumento das temperaturas, mas os desmatamento, queimadas, prática da monocultura, pecuária, além de atividades como mineração e produção de cerâmica. Entretanto, a ferida aberta em meio ao semiárido pode contribuir com o aumento do calor. “Sem a cobertura vegetal, a água não é retida. Dessa forma, acaba ficando mais quente, mais seco, e a terra não dá fruto”, diz. Caso o quadro não seja revertido, as populações rurais deixarão novamente os campos e vão aumentar os grandes centros urbanos. 

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