As polícias Civil e Militar da 15ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), sediada na cidade de Patos, no Sertão paraibano, deflagraram, na manhã desta quarta-feira (26) a ‘Operação Zumbi’.
O objetivo foi desarticular uma organização criminosa acusada de tráfico de drogas, responsável pela morte de várias pessoas no município. A ação teve o apoio da Promotoria de Justiça da 6ª Vara da Comarca de Patos e da direção do Presídio Regional.
Foram presas 21 presas por cumprimento de mandado de prisão temporária e em flagrante. Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelos 50 policiais civis e militares que participaram da operação. Segundo o delegado Cristiano Jacques, seccional de Patos, as investigações foram iniciadas depois de uma apreensão de cocaína realizada pelo Grupo Tático Especial (GTE) da Polícia Civil na cidade, em uma festa realizada no Campus da Universidade Federal.
“A festa, que foi chamada de ‘Zumbie Walk II’, em novembro de 2013, inspirou o nome da operação, já que a partir dessa apreensão identificamos o traficante e desarticulamos a rede do grupo criminoso. Quatro dos 14 mandados de prisão expedidos pela juíza Ana Hilário, da 6ª vara da Comarca de Patos, foram cumpridos dentro do sistema prisional”, disse o policial.
A polícia também apreendeu seis revólveres 38, uma espingarda 32, munições, além de quatro quilos de maconha, papelotes de cocaína e cerca de 400 gramas de crack.
Ainda de acordo com o delegado, a ação policial teve que ser antecipada, pois foi descoberta a existência de um plano para a execução de outras cinco pessoas, sendo duas no presídio de Patos. “A organização criminosa vendia cocaína, crack e maconha, que foram apreendidas durante as investigações, bem como assassinava pessoas que não pagassem a droga adquirida ou oferecessem resistência à atuação do grupo”, explicou.
A operação continua, com o objetivo de prender Higor Henrique Gomes Campina e Kildare Alexandro de Melo. Eles são apontados como soldados do tráfico, responsáveis pela execução de pessoas.
Como agia o grupo - A organização criminosa tinha como objetivo a comercialização de drogas na cidade e região. O comando era exercido por Abdenego da Silva Araújo, que está preso no Presídio Romero Nóbrega em Patos, juntamente com Emanuel Lemos Coutinho, preso no município de Jequié, no estado da Bahia, e Thiago Siqueira.
As ordens partiam de dentro dos Presídios da Paraíba e da Bahia, de onde eram gerenciadas a venda de drogas e as ordens para os assassinatos. O grupo agia em Patos, Itaporanga, Santa Terezinha, e cidades vizinhas, com ligações com traficantes de Recife-PE.
São vítimas do grupo, por exemplo, Edna Cristina Sales Brito, 31 anos, morta a tiros no dia 29 de dezembro do ano passado, no Centro de Patos, e o albergado Francisco José de Araújo, 48 anos. Ele foi executado com quatro tiros, também no Centro da cidade.
O comandante do 3º Batalhão (Patos), tenente-coronel Cunha Rolim, destacou que a prisão provocará uma redução significativa do número de homicídios na região, já que muitos deles são provocados pela disputa do tráfico de drogas. “A prisão desarticula um esquema de tráfico de drogas e isso vai provocar uma redução significativa no número de homicídios ligados à disputa pela comercialização de entorpecentes, que é o grande indutor dos crimes contra a vida que registramos no município”, lembrou.
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