O golpe militar de 1964, que completa 50 anos nesta segunda-feira (31), marcou o início de um dos capítulos mais tristes da história do Brasil. Os 21 anos do regime foram pontuados pelo desrespeito dos direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão.
Enquanto nos vizinhos latino-americanos vários processos foram realizados para punir os responsáveis pelos regimes ditatoriais, no Brasil, cinco décadas após a tomada do poder pelos militares, as vítimas ainda esperam justiça.
Com os 50 anos do golpe, volta à tona o debate sobre a punição dos responsáveis pelos crimes cometidos durante os anos de regime militar no Brasil. Mesmo se há provas de que milhares de brasileiros e brasileiras foram presos, interrogados, torturados, e que muitos deles não sobreviveram aos métodos aplicados durante a ditadura, as vítimas contestam a falta de ações concretas para julgar e punir os culpados.
Comissão Nacional da Verdade
A criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 2012, chegou a ser vista por muitos como o início da tão esperada justiça. O dispositivo, que visa apurar os delitos ocorridos entre 1946 e 1988, tinha tudo para desembocar em processos e punições, mas o caminho ainda é longo. “A CNV tem cumprido um papel fundamental de permitir que a população conheça o que foram as violações de Direitos Humanos que aconteceram durante o regime e qual foi a extensão desses crimes. Isso pode criar um movimento para que essas violações sejam enfrentadas pelo judiciário, que é algo que não aconteceu até o momento. As pessoas desconhecem o que aconteceu pela combinação da censura com a falta de abertura de arquivos.
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