Pastor Gilson Neudo
O desembargador Virgílio Macedo, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ/RN), entendeu que não houve provas suficientes de que os entorpecentes encontrados no carro do acusado em novembro de 2011 pertencessem realmente a ele. Contudo, ele permanece detido, esperando o julgamento sobre assassinato do jornalista.
Gilson Neudo foi preso em 9 de novembro de 2011, em frente à sua casa, em Caicó, após a Polícia ter encontrado crack e maconha em seu GM Celta branco. O juiz Criminal da cidade, Luiz Cândido Villaça, o condenou a nove anos e quatro meses de prisão pelo crime. O advogado do pastor, Daniel Rodrigues Martins, então, entrou com um recurso junto ao TJ/RN pedindo a anulação do processo por insuficiência de provas.
Virgílio Macêdo, por sua vez, rejeitou o pedido de anulação do processo, mas considerou o fato de que o flagrante de drogas no carro do pastor se deu em circunstâncias que geraram dúvidas. Segundo consta nos autos, os policiais que fizeram a prisão receberam uma denúncia anônima informando, a princípio, sobre uma possível comercialização de entorpecentes na rua onde morava o pastor. Contudo, quando chegaram ao local, não constataram a venda, apenas o carro do acusado parado no local.
Ainda segundo o que consta no processo, os policiais pediram novas informações à central de rádio da PM e receberam uma nova denúncia, dessa vez de que haveria drogas no carro. O desembargador considerou ainda o fato de que os policiais encontraram o GM Celta com as portas destravadas e que a droga estava em locais expostos do carro, não demonstrando qualquer interesse em se esconder os entorpecentes. O magistrado ressaltou ainda que testemunhas garantiram que o pastor costumava deixar o seu veículo aberto.
Dessa maneira, Virgílio Macêdo entendeu que “não é possível chegar à conclusão de que ele, induvidosamente, é responsável pelo crime de tráfico de entorpecentes, ou mais precisamente, de que as drogas encontradas no seu veículo lhe pertenciam, de que lá foram por eles colocadas, e não havendo certeza absoluta da autoria delitiva, não há alternativa senão decretar sua absolvição”.
Na decisão, o desembargador expediu um alvará de soltura em favor de Gilson Neudo, mas esse permanece detido devido à acusação de ter formado um consórcio com outros três homens para encomendar a execução do jornalista F. Gomes. Esse crime ocorreu em outubro de 2010. O ex-pastor agora espera que seja julgado por essa acusação.
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