Ministro Antônio Palocci
No período, o atual ministro exerceu mandato de deputado federal e coordenou a campanha presidencial de Dilma Rousseff.
Desde a publicação da reportagem, no último dia 15, ele não havia dado declarações públicas sobre o assunto. Integrantes de partidos da base do governo e da oposição cobravam explicações do ministro.
A íntegra da entrevista, concedida ao repórter Julio Mosquera, foi levada ao ar na Globo News e no Jornal Nacional.
Veja os principais trechos da entrevista
JN- Quanto a Projeto, de sua propriedade faturou ano a ano, de 2006 a 2010.
Palocci- Todo o faturamento da empresa foi registrado nos órgãos de controle tributário tanto da Prefeitura de São Paulo, quanto da Receita Federal. Todo o serviço prestado pela empresa foi feito a partir de emissão de notas fiscais regulares e todos os impostos foram recolhidos. Se tratava de uma empresa privada, que prestava atividades privadas, que foi registrada em meu nome e de meu sócio na Junta Comercial de São Paulo. Portanto eu não tive uma atividade reservada, tive uma atividade pública. Agora, os números da empresa são números que eu gostaria de deixar reservados porque não dizem respeito ao interesse público.
JN - o senador [Eduardo] Suplicy revelou que o senhor informou ter ganho R$ 1 milhão numa incorporação. O senhor sabe que incorporações exigem aval de órgãos do governo, como o Cade, o Banco Central, e que, pela lei, o funcionário público não pode atuar junto a órgãos públicos em defesa de empresas privadas. Eu queria saber como é que o senhor explica essa atuação do senhor nessas incorporações?
Palocci- Eu tenho esclarecido, e reafirmo aqui pela oportunidade, que a minha empresa jamais atuou junto a órgãos públicos, ou diretamente prestando consultoria para órgãos públicos ou representando empresas privadas nos órgãos públicos.
JN - O senhor disse que em 2010 foi mais ou menos esse valor, cerca de R$ 20 milhões. Nos anos anteriores, 2006, 2007, 2008, 2009, nesses anos, o senhor faturou quanto? Próximo desse valor?
Palocci - Não, foram valores inferiores. A empresa foi ampliando a sua atuação, ampliando o seu faturamento naturalmente.
JN- Por que o senhor não divulgou a lista de clientes?
Palocci - É uma pergunta muito importante que você me faz. Muitas pessoas pediram para divulgar a lista de clientes. Veja, semana passada, uma empresa admitiu que teve contratos comigo. O que aconteceu? Deputados da oposição foram imediatamente apresentar acusação grave contra essa empresa, que teria conseguido restituição de impostos, em tempo recorde, por minha intermediação. Veja a gravidade da afirmação.
JN - O senhor nega isso?
Palocci- Não sou eu que nego. Duas horas depois, a Receita Federal divulgou um relatório, mostrando que a Receita Federal tomou a decisão em relação a essa empresa quase dois anos depois de requerida a devolução do imposto e por determinação judicial.
JN - O senhor não vai divulgar a lista de clientes?
Palocci- Não devo fazê-lo. Acho que não tenho o direito de fazer a divulgação de terceiros. Eu acho que eu devo assumir os esclarecimentos relativos a minha empresa.
JN- Circulam rumores vindo até de colegas de governo, do partido, de que haveria doações de campanha misturadas com o faturamento da empresa do senhor, a Projeto.
Palocci- Te digo: não existe nenhum centavo que se refira a política ou campanha eleitoral, nenhum centavo.
JN- O senhor não participou desse processo de arrecadação de dinheiro?
Palocci- Não, não participei. A minha atividade na campanha foi uma atividade política.
A íntegra da entrevista veja no G1.com
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