O avanço na costura para a sucessão de Michel Temer (PMDB), caso o presidente seja mesmo cassado como a classe política espera em julgamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no próximo dia 6, passa hoje pela definição na composição da chapa.
PMDB e PSDB lideram esse processo nos bastidores. Por isso, os dois nomes que lideram a bolsa de apostas de candidatos para a eleição indireta prevista na Constituição, Nelson Jobim (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB), podem, ao fim do processo, serem presidente e vice do Brasil.
Hoje o nome de Jobim é mais forte porque ele tem interlocução com o PT e o PSDB. Ex-ministro da Defesa de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, a quem desprezava, o peemedebista é visto como a melhor figura de autoridade para esse momento de crise. Teria apoio do PSDB, já que ele foi ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, e influência no STF (Supremo Tribunal Federal), corte que já presidiu e na qual tem aliados como Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Pesa contra ele o fato de ser sócio do BTG, banco investigado na Lava Jato, embora nada tenha surgido contra ele até aqui. O mesmo ocorre em relação às investigações da operação sobre a compra de submarinos franceses, maior negócio de sua gestão na Defesa, embora aqui a apuração ainda está incipiente e foi reforçada por um inquérito aberto na França.
Já Tasso, homem do setor privado com três passagens pelo governo do Ceará, é visto com bons olhos pelo empresariado e tem boa interlocução no Congresso. O principal problema contra si é o fato de que o PT não aceita seu nome na cabeça da chapa, pois um eventual sucesso numa transição automaticamente o cacifaria para disputar a Presidência em 2018.
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