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28 de março de 2017

DEMOGRAFIA DO BRASIL IMPÕE MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO

Milhões de brasileiros poderão ficar sem aposentadoria em breve, mesmo tendo contribuído ao longo da vida inteira, na esperança de uma velhice com dignidade e segurança financeira. Esse quadro assustador, segundo o governo, se tornará realidade caso o sistema previdenciário continue nos moldes atuais.

Por isso, a proposta do Executivo é mudar as regras. A medida, que veio personificada na proposta de reforma da Previdência, agradou ao mercado financeiro, mas provocou a ira de vários segmentos da sociedade. É natural que haja opiniões contrárias e favoráveis diante de um tema tão abrangente, mas, sobre o aspecto demográfico, não existem divergências: é fato inconteste que a população brasileira está envelhecendo.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constata que o número de idosos tem aumentado a cada ano, ao contrário do de adultos em idade ativa. Isso significa mais gastos previdenciários com benefícios e aposentadorias e, em contrapartida, menos arrecadação. Em outras palavras, a conta não fecha.

O presidente do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), Ernesto Lozardo, observa que, em 1940, a expectativa de vida do brasileiro era de 45 anos, muito influenciada pela alta mortalidade infantil. Em 2016, saltou para 75,5 anos e deve chegar a 81,2 em 2060. Enquanto isso, a taxa de fecundidade tem caído de seis filhos por mulher, em 1940, para 1,5 no ano passado. Em 2015, o IBGE contou 16,1 milhões de idosos com 65 anos ou mais no Brasil. O número, de acordo com projeção do instituto, deve mais que triplicar e chegar a 58,4 milhões em 2060.

Diante de um cenário de mudanças no perfil demográfico e socioeconômico, o presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), Edson Franco, acredita que o atual modelo de Previdência Social é insustentável e exige correções de curto e de médio prazos. “A reforma da Previdência representa um pilar fundamental para o desenvolvimento de todos os setores da economia. O país não terá um regime fiscal responsável sem resolver essa questão. E, sem um regime fiscal responsável, o país não alcançará a esperada retomada do crescimento econômico”, disse.

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